Placebo e Subsistência!

19 09 2013

Nestes dias de marasmo pré-eleitoral há pessoal que escreve tanto tanto tanto que me faz lembrar a feira dos Quatro nos meus tempos de meninice!

Ali bem junto à taberna do ti Elias, mesmo em frente à capela de Santo António, alguns já habituais feirantes montavam os seus “traylers” em versão sec. XX e apregoavam apregoavam apregoavam à espera que alguém comprasse alguma coisa. 

Perante uma assistência cautelosa e pouco receptiva a desperdiçar os parcos cobres… o feirante ia aumentando um brinde a cada pregão. Mais um pregão e mais um brinde. Por fim encantado com tanta “fartura” aparecia sempre algum “pobre” que “rematava o lance”! É um facto que o pobre mesmo sendo “enganado” levava para casa um rol de cobertores, toalhas e mil e um objectos.

Hoje, com a crise é diferente.
Fala-se fala-se fala-se (virtualmente) mas como a fertilidade corre pelas ruas da amargura nem temos conto não se acrescenta um ponto! Paleio banal e inócuo tipo placebo para encher chouriços! Fala-se por falar. Ou seja, fala-se para não se estar calado tipo combate à solidão mas ao contrário dos Quatro o pobre vai de mãos a abanar para casa.

Com isto, entretanto acabou a Feira…
Hoje, enganados pela babuge e mesmo sendo peixe mais fino pescam-se muitos incautos e sôfregos pobres pela boca… Acima de tudo (percebe-se) o esforço de subsistência e a necessidade de preservar o emprego nomeadamente nestes tempos quando se está ligado à Administração Local.

Tal foi e é a crise de “ideias” a apregoar que hoje para se ver a Feira… só mesmo de forma virtual e bem longe da Praça porque todo o cuidado é pouco.

Já lá vai algum tempo com o términos dos Quatro mas podem ainda subsistir alguns resquícios a cheiro de gado vacum, asinino ou de alguma alimária em geral o que seria imperdoável não ficassem algumas senhoras irritadiças com tais e estranhos odores!





As feiras

16 10 2009

Dizia ao diário As Beiras em 7 de Setembro de 2009, o então Presidente da Junta do Furadouro:

«”O problema é que não há forma de escoar os produtos”. O gado é vendido a intermediários, “que vêm cá às localidades e compram ao preço que querem…”

“É pena que hoje já não haja feiras onde as pessoas possam vender os seus produtos”, lamenta Manuel Simões.»

Pois é, lá acabou a Feira dos Quatro e a Feira dos Dezanove que curiosamente  ainda são publicitadas pela Câmara Municipal. Entende-se perfeitamente que aquele odor típico a gado e bosta não combinava muito bem com as esplanadas da Praça.

No entanto, percorrendo a zona centro encontramos feiras por todo o lado, menos em Condeixa. Mesmo sem gado, as feiras adaptaram-se e continuaram com grande pujança e dinamismo, menos em Condeixa.

Curiosamente, lendo um programa eleitoral a sério, neste caso de Paulo Júlio Presidente e candidato eleito à Câmara de Penela, encontramos no capítulo

5. AGRICULTURA, FLORESTA E ENERGIAS RENOVÁVEIS
“Criar riqueza com os recursos endógenos”


  • Candidatar ao PRODER e construir em parceria com o Município de Condeixa, o mercado de gado do Rabaçal

Não me vou pronunciar longamente sobre o “homólogo programa eleitoral” de Condeixa, porque não encontrei nada semelhante e digno desse nome. O termo Agricultura é coisa para gente além Praça e sem interesse prà Vila. E como está na moda “tesourar”,  a palavra Agricultura foi banida dessa espécie de programa eleitoral provavelmente executado sob encomenda a alguém não natural da Condeixa Vila nem da Condeixa Aldeia.

Estou convicto que um qualquer Condeixense de gema arranjaria maneira de lá enfiar o cabrito, a chanfana, os grelos, a couve, os agriões, as cebolas, o queijo, o mel, os borregos e tudo de bom criado no campo, porque a Praça nestas coisas é estéril. Nem que para isso tivesse que arquitectar um programa eleitoral sério e coerente, com palavras como Turismo, Património, Meio Ambiente, Cultura, Mobilidade e  Agricultura.

Não percebo porque desprezam e exterminam com o que é genuinamente nosso, para depois, emproados como quem faz algo importante, de ânimo leve contribuem para o desenvolvimento e protagonismo das  terras  e  concelhos vizinhos!

As feiras eram como um livro aberto onde se cultivava a cultura do nosso povo. Ao bani-las, estamos a contribuir para a desertificação do concelho e a aprisionar a sua gente em torres de betão…onde não se criam cabritos, nem batatas, nem grelos…

Os meus amigos que me desculpem, mas nestas coisas sou um bocado lerdo em compreensão.

Enfim, fica ao critério de cada um…encontrar um epílogo a gosto.

Feira dos 23

Feira dos 23